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Capela Joanina & Flores da Música no concerto inaugural do XII Encontro de Música Antiga de Loulé

Cultura

22 de setembro 2010

Arranca no próximo domingo, 26 de Setembro, pelas 21h30, na Igreja Matriz de Loulé, o XII Encontro de Música Antiga de Loulé. Apresentam-se neste momento musical os agrupamentos Capela Joanina & Flores de Música, para levar à prática um repertório com o tema “Ópera ao Divino: Exuberância e Misticismo na Música Religiosa em Portugal no pós –Terramoto”. “No período do pós-Terramoto de 1755, vários foram as linhas força sociais que exploraram os sentimentos humanos mais primários, justificando todas as tragédias da natureza com a putativa implacabilidade da justiça divina. Em simultâneo, as manifestações musicais de origem menos erudita contaminavam cada vez mais os salões da burguesia e da aristocracia, e a modinha luso-brasileira passa a ser o género musical mais solicitado e apreciado pelos diferentes públicos. É pois a fronteira cromática entre o sacro e o profano musicais setecentistas, ambos se contaminando técnica e estilisticamente que este programa procura evidenciar”. Neste concerto serão interpretados temas de David Perez (1711-1778), Luciano Xavier dos Santos (1734-1808) ou José Joaquim dos Santos (1747-1801). CAPELA JOANINA Agrupamento vocal de solistas que integra Raquel Alão (soprano), Maria Luísa Tavares (alto), João Moreira (tenor) e Hugo Oliveira (baixo). É constituído por um conjunto de cantores solistas que fazem da prática da música antiga uma das linhas de trabalho mais relevantes da sua carreira profissional, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Os objectivos centrais do trabalho deste agrupamento são a exploração e a difusão dos repertórios sacros e profanos de música vocal que podemos encontrar em Portugal desde o século XVI até inícios do século XIX, abarcando peças de compositores portugueses e estrangeiros que desenvolveram a sua actividade profissional no nosso país, neste período. Nos diferentes programas que o agrupamento prepara são integradas as peças que resultam do trabalho de estudo e transcrição realizado pelo director musical. Fundada em 2005 por João Paulo Janeiro, a Capela Joanina emerge do grupo de música antiga Flores de Música, o qual, a partir de Novembro do mesmo ano passou a ser constituído exclusivamente por instrumentistas. A sua primeira apresentação formal ocorreu aquando da comemoração da passagem dos duzentos e cinquenta anos sobre a data do terramoto de 1755, no Centro Cultural de Belém, onde executou a peça Matuttino de morti de David Perez. Posteriormente tem-se apresentado no CCB, por ocasião da ‘Festa da Música’ e ‘Dias da Música de Belém’, em parceria com o agrupamento Flores de Música, onde apresentou vários programas de música religiosa, designadamente o Te Deum de Francisco António de Almeida para solistas, coro e orquestra; um programa com obras de Carlos Seixas, e um outro dedicado à música nos conventos portugueses do período Barroco. Realizou também um ciclo de concertos para a Artemrede, Percursos do Sagrado e do Profano na Música Vocal dos Séculos XVI, XVII e XVIII, tendo-se apresentado nos Festivais de Música de Alcobaça e de Sintra, e também no Convento dos Capuchos, em Almada, e no Montijo. Em finais de 2006 e 2008 apresentou-se na Temporada de São Roque, onde apresentou música portuguesa religiosa dos séculos XVII e XVIII. FLORES DE MÚSICA As Flores de Música apresentam, no violino/viola, Tera Shimizu e Miriam Macaia, no violoncelo, Kenneth Frazer, no violone, Duncan Fox, e no cravo e direcção, João Paulo Janeiro. Fundado em 1989 por João Paulo Janeiro, o agrupamento Flores de Música - cuja designação é emprestada de uma das principais fontes de música instrumental em Portugal - tem por objectivo principal a prática e a divulgação da música executada em Portugal dos séculos XVII e XVIII. Este agrupamento apresenta-se a partir de 2005 com uma formação exclusivamente instrumental, variando a sua composição de acordo com as características das obras, e utilizando sempre instrumentos originais ou cópias da época. O repertório que habitualmente executa abrange diversos géneros musicais, de diferentes escolas, mas com um enfoque particular na música executada em Portugal no século XVIII, porém, estende-se desde os finais do século XVI até aos inícios do século XIX. Para este repertório, o grupo Flores de Música baseia-se quer nas edições modernas já existentes, quer nas transcrições realizadas para o efeito, tendo apresentado várias obras em primeira audição moderna, de onde se destaca o Te Deum de Francisco António de Almeida, para solistas coro e orquestra, bem como de outros autores como Luciano Xavier dos Santos e David Perez. Colaborou com o Ministério da Cultura, Fundação Calouste Gulbenkian e Centro Cultural de Belém na realização de diversos concertos, nomeadamente, no programa da Difusão das Artes do Espectáculo, no ACARTE e na ´Festa da Música’. Realizou também concertos e gravações para as capitais europeias da cultura de Lisboa e do Porto e para a RDP-Antena 2. Tem-se apresentado em diferentes festivais de música em vários pontos do país, realizando também concertos com o patrocínio das respectivas câmaras municipais.