Cultura
Jovem licenciado apresentou tese sobre topónimo de Quarteira
Realizou-se ontem a cerimónia de entrega de prémios de Reconhecimento do Mérito Escolar, Empresarial e Profissional de Cidadãos e Entidades da Freguesia de Quarteira, iniciativa que marcou o 13º aniversário de elevação de Quarteira a cidade.
Com o objetivo de agraciar aqueles se distinguiram nas áreas da Educação, Desporto e Economia, esta cerimónia pretendeu ser uma homenagem pública a quem deu o seu contributo para elevar o nome de Quarteira.
Milton Mateus, aluno que concluiu o 2º ciclo de ensino na Escola D. Dinis, com a nota máxima em todas as disciplinas, e Bruno Pedroso, que concluiu o secundário na Escola Drª Laura Ayres, atualmente a frequentar o Curso de Medicina em Lisboa, foram os dois distinguidos na área da Educação.
Já o golfista Ricardo Santos, desde muito cedo ligado à modalidade, vencedor do campeonato nacional de sub-18 em 1998, profissional desde 2006, foi o distinguido na área do Desporto.
No âmbito empresarial, receberam este prémio de excelência a Aviludo, empresa de distribuição de produtos frescos que tem a sua sede em Quarteira desde 1984 e que emprega mais de 524 colaboradores, e o Aquashow, um dos maiores parques aquáticos do país, com 10 anos de crescimento sustentado.
Quanto a estas distinções, o presidente da Autarquia de Loulé, Seruca Emídio, salientou a importância de reconhecer, por um lado, os alunos, “numa altura em que o ensino vive tempos difíceis”, e por outro lado, os empresários que, com muito sacrifício, não desistiram de investir e manter-se no Concelho. “Os quarteirenses vão-se afirmando cada vez mais. E o mais importante é que estas pessoas concluem os seus cursos mas depois continuam a ajudar a sua terra”, frisou.
Já o presidente da Junta de Freguesia reportou-se a esta “homenagem simbólica” como um estímulo para a continuação do trabalho destes alunos. Quanto às empresas Aviludo e Aquashow, José Coelho Mendes salientou o facto de dignificarem o nome de Quarteira. “Eram empresas que estavam no fundo mas estas pessoas, simples, conseguiram levantá-las, criando postos de trabalho, dinamizando a nossa economia e a nossa freguesia”, disse ainda.
Jovem quarteirense apresentou livro
João Carlos Santos, jovem quarteirense, pescador, recém-licenciado em Património Cultural pela Universidade do Algarve e, acima de tudo, um apaixonado pela terra que o viu nasceu, juntou-se à festa do 13º aniversário de Quarteira para apresentar o livro “Quarteira, o Topónimo e a Povoação dos Séculos XIII ao XIX”, no âmbito da sua tese de licenciatura.
Este momento contou com a presença de Rosa Mendes, docente da Universidade do Algarve e um dos responsáveis pelo curso de Património Cultural e que falou sobre o percurso académico deste jovem. “O João Carlos Santos é um quarteirense de gema e desde o primeiro dia de aulas fez questão de o afirmar. Foi um excelente aluno, em condições difíceis, já que é filho de um pescador e ele próprio é pescador. Manifestou a vontade de fazer uma tese de licenciatura acerca de Quarteira que está consubstanciada neste livro. O mérito é todo dele”, disse este professor.
O livro é um ensaio sobre a origem do topónimo Quarteira, desde sempre referido como remontando ao período romano e à antiga Carteia, teoria que João Carlos Santos vem contrariar, nomeadamente com as referências a “Quarteyra” no Foral de Loulé, em 1266.