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Aves Emblemáticas do Concelho de Loulé

Com mais de 250 espécies de aves recenseadas no seu território, o Concelho de Loulé é talvez um dos mais aliciantes do país para a prática de birdwatching e um dos mais interessantes do ponto de vista biológico.

 

À exceção da família Gaviidae (mobelhas) e Pelecanidae (pelicanos), a lista das aves existentes neste concelho é bastante eclética e diversificada, cobrindo todas as famílias e géneros de aves. Cerca de um quinto das espécies são aquáticas, destacando-se as garças, patos, ralídeos e limícolas. Os outros grupos mais representativos são as aves de rapina e os passeriformes.

 

Deste vasto conjunto, alguns espécimes merecem particular atenção, seja pelo seu estatuto de conservação ou pela distribuição localizada em Portugal e Europa. As mais emblemáticas espécies do Concelho encontram-se também ameaçadas e são elas as principais atrações.

 

Referências Bibliográficas

Tucker, G. M. & Heathe, M. F. (1994). Birds in Europe: Their Conservation Status; Birdlife International. Cambridge.

Cabral M. J. (coord.), J. Almeida, P. R. Almeida, T. Dellinger, N. Ferrand de Almeida, M. E. Oliveira, J. M. Palmeirim, A. I. Queiroz, L. Rogado & M. Santos-Reis 2005. LIVRO VERMELHO dos Vertebrados de Portugal. Peixes Dulciaquícolas e Migradores, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa. 660pp.

  • Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus)

    Ave de rapina de médio/grande porte, especializada na captura de aves e mamíferos. Habita em zonas de montado de sobreiro bem desenvolvidos, com árvores de grande porte, onde nidifica. Trata-se de uma espécie prioritária de conservação, de acordo com a Diretiva Aves, apresentando um estatuto de conservação desfavorável e havendo uma concentração das suas populações na Península Ibérica. Em Portugal está em perigo, com uma população nidificante abaixo dos 300 casais. No Concelho de Loulé existem vários casais reprodutores na Serra do Caldeirão podendo ser observada na Rocha da Pena ou no Barranco do Velho.

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  • Bufo-real (Bubo bubo)

    Maior mocho europeu, com um canto poderoso e inconfundível. Alimenta-se de um grande número de presas, nomeadamente ouriços, coelhos e diversas aves. Habita principalmente em zonas de escarpas salientes e inacessíveis com densa vegetação. Está classificado como SPEC 3 (de acordo com os Estatutos Tucker & Heath; 1994), ou seja, como “espécie com estatuto de conservação desfavorável não localizadas na Europa”. Em Portugal é considerado quase ameaçado, com menos de 1.000 indivíduos reprodutores. Nidifica no Concelho de Loulé e no Inverno pode ser ouvido junto de grandes escarpas, nomeadamente na Rocha da Pena (Salir).

  • Garça-pequena (Ixobrychus minutus)

    Pequeno ardeídeo migrador, habitante de zonas húmidas lacustres, ricas em caniçal (Phragmites australis). Nidifica em várias lagoas e caniçais costeiros do concelho de Loulé, em reduzido número, nomeadamente em Vilamoura ou na Lagoa de São Lourenço.

    Espécie com um estatuto de conservação desfavorável, estando classificada como vulnerável em Portugal, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral et al, 2005).

     

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  • Noitibó-de-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis)

    Ave noturna de características peculiares. Alimenta-se principalmente de traças e outros insetos voadores que captura em pleno voo. Nidifica no chão, em pinhais e pomares de sequeiro junto de árvores dispersas ou clareiras. Não está incluído em qualquer das categorias SPEC (Estatutos Tucker & Heath; 1994). Em Portugal é considerado vulnerável, sendo muito atingido por atropelamentos. No Concelho de Loulé é abundante, especialmente no Ludo e nos pinhais da Quinta do Lago.

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  • Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina)

    Anatídeo mergulhador presente em lagoas com abundância de caniço e tabúa nas margens. Bastante seleto quanto ao local de invernada e especialmente de nidificação. Em Portugal, a sua população invernante está quase ameaçada e a nidificante encontra--se em perigo, não superando atualmente os 250 indivíduos (Cabral et al, 2005). No Concelho de Loulé, esta ave é relativamente escassa como invernante, apresentando uma população nidificante estável na Lagoa de São Lourenço (menos de 20 casais) e incerta nas lagoas das Dunas Douradas e Ludo.

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  • Toutinegra-do-mato (Sylvia undata)

    Toutinegra de pequenas dimensões, bastante comum nas zonas de serra. Habita em estevais densos e pobres, com rocha exposta. Trata-se de uma espécie SPEC 2 (Estatutos Tucker & Heath; 1994), ou seja, “espécie com estatuto de conservação desfavorável localizada na Europa”, e com populações concentradas no continente. Em Portugal, não consta no Livro Vermelho dos Vertebrados, em parte porque o abandono da agricultura criou extensos estevais favoráveis à espécie. No Concelho de Loulé é abundante em zonas de esteva com poucas árvores e por esta razão é especialmente abundante na Freguesia de Salir, por exemplo, Alganduro, Califórnia, Montes Novos, Cortelha.

  • Toutinegra-real (Sylvia hortensis)

    Toutinegra rara, com populações reduzidas e esparsas. Nidifica na serra junto de matagais altos, associados aos bosques densos de sobreiral. Trata-se de uma espécie com estatuto SPEC 3 (Estatutos Tucker & Heath; 1994), ou seja, “espécie com estatuto de conservação desfavorável não localizadas na Europa”. Em Portugal é considerada quase ameaçada, com uma população nidificante inferior aos 1.000 casais (Cabral et al, 2005). Em Loulé, é um migrador de passagem muito pouco abundante e um nidificante ainda mais escasso (provavelmente com menos de 30 casais). Pode ser observada na zona de Salir e Malhão.

  • Zarro-castanho (Aythya nyroca)

    Anatídeo de pequenas dimensões que utiliza como habitat lagoas de grande dimensão, ricas em vegetação palustre. Apesar de não nidificar neste território, é regularmente observado nas suas zonas húmidas durante as migrações. Trata-se de uma ave catalogada como SPEC 1 (de acordo com os Estatutos Tucker & Heath; 1994), ou seja, uma espécie com estatuto de ameaça ao nível global. Em Loulé, é frequentemente observada nas lagoas do caniçal de Vilamoura e na Lagoa de São Lourenço).