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Aquisições mês de janeiro 2016

  • ‘Respirar debaixo de água’, de Tiago Araújo

    Depois de textos esparsos em revistas, de Livre Arbítrio e de outros mais para trás, Tiago Araújo publica Respirar debaixo de água, mais uma vez com capa e ilustrações de Luís Henriques. Poemas, fragmentos, ou palavras sem género? Por trás de um discurso aparentemente atonal, está um sujeito paciente e passivo, céptico mas não cínico, sem lirismo de maior, a não ser quando se envolve um ‘tu’ amoroso. Os títulos são enigmáticos. As frases encadeiam-se sem uso de maiúsculas, transgredindo as regras. Os finais de verso deixam em aberto, como se de uma ritournelle disfórica se tratasse. Nem sobranceira nem soberba — antes serena, amortecida, desideologizada —, a poesia de Tiago Araújo é uma poesia da inteligência, culta, tecida entre várias intertextuali-dades, uma poesia algo secreta que joga e entre o que de si se desvenda e o que permanece como segredo. Pode-se imaginar, o autor chega a referi-lo, que houve antes “projectos de vida alternativos”, até audácias do encontrar a praia sob a calçada, isto é, uma força capaz de “acender pequenos lagos/ de gasolina entre as falhas do alcatrão”.

    Respirar debaixo de água alicerça-se entre dois mastros, os poemas que abrem e encerram o livro — Sétimo Canto de Maldoror e Oitavo Canto de Maldoror —, mas o perfil do autor, descrente convicto, em nada se assemelha a Isidore Ducasse. Através desses poemas, volta a ganhar vida uma certa viagem de Ulisses, de regresso a Ítaca. De resto, um universo semântico marítimo pontua este livro, assim como os universo bíblico e shakespeariano. De todos eles são convocados perdedores: Yorick, o bobo, cujos restos mortais (o crânio) Hamlet encontra no seu regresso à Dinamarca; Caliban; Lázaro e Lot; os companheiros de Ulisses (Elpenor, Euriloco, Perímedes), todos de morte ridícula e precocemente inelutável, quais marionetas estrebuchando os membros que têm ou não têm e de que sentem por isso uma falta ainda maior — uma falta da falta, quando num átimo a ranhura da consciência salta fora de água e percebe. Assim alastra a melancolia que em parte dá o mote a este livro — e que não é inevitável, sorri mansamente o poeta. Respirar debaixo de água navega num imaginário de queda, de aproximação ao abismo do ter aprendido lentamente a navegar, a matar o tempo, de dissolução da memória numa ou em duas gerações (“colecciono fotografias de família, vendidas em alfarrabista/ por pouco dinheiro”).

    O primeiro poema é uma chave de leitura do todo: “os que não morrem novos prolongam por mais tempo o leite dos/ fracassos./ independentemente do que digam teorias literárias/ sobre a autonomia da obra em relação ao autor,/ sem biografia é difícil continuar a escrever./ talvez se fosse menos feliz, bebesse mais, fosse mais radical/ nas convicções ideológicas, mais violento no amor (...) porque sinto a adolescência como um membro amputado que/ continua a doer depois de desaparecido, uma/ dor fantasma num corpo fantasma”. E ainda: “nasci gémeo, o meu irmão falso/ morreu quase à nascença, formei a personalidade/ como a memória da metade que me falta, é o meu irmão que à noite se contorce a coreografar/ a comédia dos enganos(...) um/ sentido crítico demasiado apurado e um/ distanciamento em relação a mim próprio enquanto/ personagem sem vontade das narrativas que criei”.

    Poesia então do recuo, da derrota, da perda de uma impossível coincidência entre o sujeito e o mundo disparatado, em fragmentação. O traço de unidade que envolve esta escrita é o movimento em si, o devir maquinal de tudo à volta, esse exterior que roda, o próprio rodar. O sujeito, ironicamente, refugia-se numa das suas ficções, talvez a mais colada à pele: uma ilha na cidade (Londres?). Pululam aliás nos poemas de Tiago Araújo indícios ostensivamente biográficos, “reais”, contra todas as evidências do fazer literário e da sua teoria: a mercearia ali na rua dos Lusíadas, em Alcântara onde compra maçãs, ou o café na esquina do Largo do Calvário.

    São textos de um sujeito para além de qualquer redenção, uma escrita que nasce pós qualquer coisa. A meio, irrompem imagens fortes, que levam o leitor a não poder deixar de se reconhecer nos gestos. É que a imaginação joga e empata com a atenção, as duas exímias: “em frente ao computador a gerir a insónia, o tempo que sobrou/ do dia/ é mais do que suficiente para fazer o registo das perdas,/ encenar a descida da cruz, (...) neste tribunal diário, o que fui/ julga quem sou”.

    Se calhar o autor é outra sigla do avesso Maldoror. O livro, em si, é brilhante.

  • ‘Cálcio’, de Pádua Fernandes

    Pádua Fernandes, em seu recente livro de poemas intitulado Cálcio, publicado em Lisboa pela Averno em 2012, perfaz um caminho que vai da indignação ao esgotamento. Um deslocamento tão abrupto que já não há tempo para o sarcasmo de seu Cinco Lugares da Fúria (Hedra, 2008) e tampouco há espaço para a rica simbologia de Código Negro, lançado este mês pela editora Cultura e Barbárie. Das páginas de Cálcio exsurgem constantes “homenagens” a atos de violência ou figuras públicas, as quais ganham um tom que mistura um certo “Eu acuso” com a dureza de uma linguagem científica em uma versificação cuidadosa. À medida em que se avança em suas páginas, porém, observa-se uma abdicação do corpo que dá lugar ao puro osso, gesto pelo qual beira uma metafísica de quando um soco na boca já não causa qualquer dor. Se em autores como Rubem Fonseca ou mesmo em fragmentos dolorosos da parte de pós-tropicalistas como Waly Salomão a temática do sangue predominou, marcando aquela geração, Pádua Fernandes passa nesse seu novo livro a ir além do celular e partir ao puro mineral: seja o cálcio sob valas comuns, o ferro das grades das prisões ou o carbono resultante das cinzas. Trata-se de “querer a mandíbula como se quer o amor” (p. 39), ou seja, qualquer paixão ou revolta ficam na obrigação de se relacionarem imediatamente com o osso da mandíbula, sem que haja tempo para haver saudade da carne da boca: o autor se indaga sobre o fóssil ou o mineral que resta, não mais o sangue derramado, o qual apontaria, com maior facilidade, a uma violência pura. Com ou uma etnologia do imaginário ou uma cartografia do absurdo, o leitor é levado a uma desconfortável latência na qual subsistem perante si apenas fósseis e lei.

  • ‘Um estranho no meu túmulo’, de Margaret Millar

    “Um Estranho no Meu Túmulo” foi editado em 1960, escrito pela canadiana Margaret Lillar (1915-1994), casada com o escritor de policiais Ross Macdonald. O livro nasceu da seguinte ideia: “Uma mulher sonha que visitou um cemitério e que viu uma lápide de granito com o seu nome gravado, assim como a data de nascimento e a data da sua morte quatro anos antes. Agora vê lá o que é que consegues fazer com isto, miúda." "E foi o que fiz. Era um desafio interessante, reconstruir um dia no passado e o acontecimento ou acontecimentos que tinham traumatizado a mulher e a tinham convencido de que fora assassinada ou quase assassinada na data gravada na lápide." “Um Estranho no Meu Túmulo” apresenta uma narrativa original com contornos misteriosos numa história de emoções. A originalidade de Millar reside na conjugação de trechos de uma carta com epígrafes dos capítulos, numa escrita que revela ambiguidade na dicotomia sonho/pesadelo. Excelente suspense, com resolução apenas no capítulo final – quando a leitura da carta se completa – e Daisy consegue finalmente descobrir a realidade/verdade. Uma edição irrepreensível da editora Averno.’ João Baptista Pereira

  • ‘A viagem vertical’, de Enrique Vila-Matas

    Existe a viagem circular, a do regresso ao lugar de origem descrita na Odisseia. Mas existe também a viagem sem regresso, a odisseia retilínea e sem Ítaca que transforma um indivíduo que já não regressa a casa. Neste segundo registo deve incluir-se a original modalidade da viagem vertical, que é aquela que empreende o protagonista deste romance, no plano geográfico e no plano vital. Um dia depois de celebrar as suas bodas de ouro, Federico Mayol, homem de negócios, aficionado de póquer e nacionalista catalão, vê-se obrigado pela sua mulher, de forma surpreendente e absurda, a deixar para sempre o domicílio conjugal. Como sempre em Vila-Matas, pululam aqui os fantasmas da velhice, da solidão e da loucura, cintilando o dilema entre a sobrevivência e o suicídio. Este é um romance atlântico — uma viagem vertical com passagens por Barcelona, Porto, Lisboa e Madeira — mas também uma história de iniciação à cultura e um clássico romance de aprendizagem, não fosse o facto de o seu protagonista ter uma idade em que, geralmente, já ninguém aprende nada. No epicentro do livro está o drama de uma geração de espanhóis que, por causa da guerra civil e dos anos de barbárie que se lhe seguiram, viu truncadas a sua formação cultural e as liberdades republicanas.

  • Tenzo Kyokun: instruções para o cozinheiro zen’, de Eihei Dogen

    Este pequeno texto do século XIII, breve e intenso, que se lê em menos de uma hora, dirige-se a todos aqueles que não querem fazer uma ruptura entre a sua busca interior e aquilo que fazem ao longo do dia. A leitura destas páginas ser-lhes-á muito proveitosa, qualquer que seja a sua filosofia ou religião. E isto, mesmo quando a sua actividade nada tenha a ver coma cozinha. Porque no Tenzo kyokun, Mestre Dogen dá, é certo, um ensinamento muito preciso ao chefe cozinheiro (tenzo) de um mosteiro zen, mas, através do trabalho exemplar do tenzo, ele explica-nos nada menos que a filosofia budista da acção. Ou, dizendo-o de outro modo: de que maneira trabalha um buda. Ou ainda: de que maneira aquele que aspira ao despertar deverá fazer o que tem a fazer. O autor desta pequena obra-prima nasceu no Japão medieval, logo no início do ano 1200, em Uji, perto de Quioto, sendo o mais novo de uma grande família próxima da corte imperial.

  • ‘O estranho caso das borbulhas azuis’, de Geronimo Stilton

    Livro Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura3º Ano de escolaridade - Leitura Autónoma.

    Há um alarme nas ruas de Ratázia! Na cidade declarou-se uma estranha epidemia que provoca curiosas borbulhas azuis! Por isso chamámos o doutor Rático de Bunsen, o médico e investigador mais famoso da Ilha dos Ratos, que logo se lançou ao trabalho com a sua equipa para descobrir a cura para a epidemia. Mas alguém está a tentar impedi-lo…’

  • ‘Correr para emagrecer’, de Pedro Almeida

    Supere todos os obstáculos, apaixone-se pela corrida e encontre o peso ideal.

    A corrida é a melhor forma de perder peso. É fácil, adapta-se a qualquer horário e promove uma alimentação equilibrada.

    Neste livro encontra:

    - Os melhores planos de treino de corrida e resistência muscular;

    - Um plano alimentar de uma semana, para que possa melhorar a sua alimentação;

    - Dicas com os melhores alimentos para comer antes, durante e depois dos treinos;

    - Orientação alimentar para os dias de prova.

  • ‘Na margem’, de Rafael Chirbes

    A descoberta de um cadáver no pântano de Olba inicia a narrativa. O seu protagonista, Esteban, viu-se obrigado a fechar a carpintaria de que era proprietário, deixando desamparados os que ali trabalhavam. Enquanto se ocupa de cuidar do seu pai, doente em fase terminal, indaga acerca dos motivos de uma ruína onde assume o duplo papel de vítima e de carrasco e onde encontramos, nos seus escombros, os valores que regeram uma sociedade, um mundo e um tempo. O espelho onde se olha restitui uma imagem feita de sonhos quebrados e ilusões perdidas, nada se salvando da voracidade destes primeiros anos do século XXI onde o amor, a família, a amizade e até as convenções sociais se tornaram parte do menu de um banquete para poucos.

    Na Margem foi considerado o melhor romance espanhol de 2013 pelos suplementos literários dos jornais El Mundo, El País, ABC, entre outros. Vencedor do Premio Francisco Umbral, do Prémio Nacional de Narrativa e do Premio de la Crítica de Narrativa Castellana.

  • ‘Acabar com as fraldas e com o chichi na cama: plano de 12 dias - dos 2 aos 8 anos’, de Olga Reis

     Quando chega a altura de tirar as fraldas aos mais pequenos são muitas as dúvidas que assaltam os pais:

     - Com que idade o devo fazer?

     - Quanto tempo leva o treino do penico?

     - Vale a pena tirar a fralda do dia e da noite ao mesmo tempo?

    - O verão é a melhor altura para o fazer?

    - Devo repreender se ela fizer chichi ou cocó nas cuecas?

    Olga Reis é psicóloga clínica e responde a todas estas perguntas, com um plano prático e eficaz. A autora explica-lhe o que precisa para começar, quais os sinais de que criança está preparada, quais os passos a tomar na fase de preparação, quais os erros que não deve cometer, acompanhando os pais ao longo de 12 dias, com conselhos

  • ‘Dois desenhos: uma aula ilustrada de iconografia’, de Eduardo Batarda

    Com a passagem do tempo, acontece que desenhos «completos» percam (aquilo que já foi) a sua explicação corrente. E pode suceder, depois de uma ou duas gerações, que eles reapareçam como se fossem obras de assunto incompreensível, e de argumento excêntrico ou confuso. Estamos a referir-nos (até mesmo) a composições inteiras, relacionáveis com histórias reconhecíveis, ou que supostamente teriam hoje ainda uma leitura quase imediata. Em casos extremos, até mesmo folhas para cujas invenções houve recurso a iconografias convencionais e bem estabelecidas podem ser julgadas de enredo misterioso. Por outras palavras, os esquecimentos podem interessar áreas muito vastas, e chegam a estar na origem de perdas ou de equívocos na interpretação temática das imagens.

  • ‘Cross-cultural’, Pedro Valdez Cardoso

    «O trabalho de Pedro Valdez Cardoso desenvolve-se definitivamente fora do paradigma primitivista […]. Na sua já longa e persistente atividade artística, piscou anteriormente o olho a objectos africanos tradicionais: Jogos de caça eMme. Pompadour voyage en Afrique, respectivamente no Porto em 2007 e em Vigo em 2009; e a posterior Les dresseurs, já em 2011, também no Porto, são exemplos evidentes. Mas, também com grande coerência, há uma questão recorrente que, embora não esgotando as suas preocupações, está subjacente em grande número dos seus trabalhos e exposições—o colonial, a nossa história nacional-colonial, a situação da nossa pós-colonialidade. Este projecto, que já se intitula "cross-cultural", constitui um ponto de encontro e de articulação particularmente feliz destas duas vertentes da sua obra.» José António Fernandes Dias

  • ‘O poeta de Pondichéry’, de Adília Lopes e Pedro Proença

    Partindo de uma enigmática personagem de Jacques le Fataliste, de Diderot, este livro de Adília Lopes tem sido, no conjunto da sua obra, um dos mais traduzidos e estudados, em Portugal e no estrangeiro. Agora numa edição para os mais pequenos - e não só - com os desenhos de Pedro Proença.

  • ‘Vencer os medos’, de João Paulo Cotrim

    Vencer os Medos" é uma história em banda desenhada, contada por muitas vozes: escrita por João Paulo Cotrim, é ilustrada por João Fazenda, Susa Monteiro, Maria João Worm, Pedro Burgos, Tiago Albuquerque, Miguel Rocha, Rui Lacas e Alex Gozblau. Maria é a protagonista. Ela, uma bicicleta e a música. Esta personagem atravessa as ruas e o mundo, para descobrir os grandes problemas com que nos deparamos actualmente: desigualdades, epidemias, doenças contagiosas, fome, guerra... Mas Maria também descobre que é possível ultrapassar as crises; antes de mais, é preciso fazer uma lista dos medos e vencê-los. Vencer os Medos procura dar-nos conta dos oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que a Organização das Nações Unidas traçou, e que esperava ver cumpridos até 2015:- Erradicar a pobreza extrema e a fome;- Alcançar o ensino primário universal;- Promover a igualdade entre os géneros;- Reduzir a mortalidade infantil;- Melhorar a saúde materna;- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças;- Garantir a sustentabilidade ambiental;- Fortalecer uma parceria mundial para o desenvolvimento. Ou seja, ao invés de adoptar o tradicional discurso derrotista, é preciso trabalhar e, confrontando-nos com as crises existentes, começar a trilhar o caminho para as resolver.

  • ‘O espírito da igualdade’, de Richard Wilkinson e Kate Pickett

    E se agora lhe provassem que as assimetrias sociais comprometem o bem-estar não só dos mais pobres mas também dos mais abastados? Richard Wilkinson e Kate Pickett, dois académicos britânicos, defendem neste livro polémico que são as desigualdades sociais, e não a pobreza em si, que mais contribuem para alguns dos problemas com que o mundo dito desenvolvido se debate actualmente. Através da análise dos indicadores presentes em relatórios publicados por diversas instituições, revelam como a violência, a toxicodependência, a obesidade, as doenças mentais ou a gravidez na adolescência são menos frequentes em comunidades onde a disparidade de rendimentos é menor, independentemente de estas serem consideradas ricas, e sugerem medidas para alcançar o equilíbrio e conceber uma sociedade mais justa.

    O Espírito da Igualdade é um livro fundamental que nos obrigará a repensar a forma como nos organizamos e aquilo que valorizamos no nosso quotidiano.

  • ‘Mossad: espiões contra o Armagedão’, de Dan Raviv e Yossi Melman

    Mossad - Espiões Contra o Armagedão é uma história poderosa e viva do aparelho de espionagem de Israel - liderado pela famosa e temível Mossad - desde a fundação do país, em 1948, até às crises de hoje em dia.

    Este livro aborda diversos temas, como o rapto de Adolf Eichmann, na Argentina, em 1960, o fracasso da Mossad para tentar deitar a mão ao Dr. Joseph Mengele, a caça aos terroristas palestinianos a seguir aos acontecimentos nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, a operação em 1979 em França contra a venda de equipamento nuclear a Saddam Hussein e ainda o raide a Entebe e o bombardeamento do reator nuclear sírio em 2007.

    Coloca também questões interessantes, tais como terá a Mossad cometido um erro gigantesco quando duas dúzias de operacionais foram vistos pelas câmaras de vigilância de um hotel nno Dubai, ou foi uma missão de assassínio com êxito? Será que os assassinos sentirão picadas na consciência? E, finalmente, confiam os Estados Unidos na espionagem israelita?

  • ‘A liderança segundo Francisco’, de Chris Lowney

    Considerado «A Personalidade do Ano» pela revista TIME, o primeiro Papa Jesuíta da História é uma daquelas personalidades singulares e admiráveis que nos cativam e nos emocionam sejam quais forem as nossas convicções.

    Desde a escolha de viver num apartamento simples, em vez de ocupar o palácio papal, até lavar os pés de homens e mulheres num centro de detenção de jovens, os gestos do Papa Francisco contradizem os comportamentos que se esperam de um líder moderno.

    Em A Liderança Segundo Francisco, o autor demonstra-nos o modo como as palavras e ações do Papa revelam princípios espirituais que o preparam para liderar a Igreja e influenciar o nosso mundo - um mundo que se encontra em rápida transformação e requer líderes que valorizam a necessidade humana de amor, inspiração e sentido.

    Uma viagem à mente e ao coração de um homem centrado na sua missão que desafiou todas as expetativas e está a encantar o mundo. Uma obra ao serviço da humanidade sobre um dos líderes mais influentes do mundo.

  • ‘O livro do ano’, de Afonso Cruz

    Estas são páginas do diário de uma menina que carrega um jardim na cabeça, atira palavras aos pombos e sabe quanto tempo demora uma sombra a ficar madura. Páginas feitas de memórias, para leitores de todas as idades.

  • ‘As dioptrias de Elisa’, de António Gancho

    "Elisa não podia casar. As dioptrias de Elisa eram muito grandes."

     ‘Conto revestido de sensualidade. É um encanto, de vários sentidos. Gancho canta os amores e desamores de Elisa, cujas dioptrias desenham uma realidade muito própria.'

  • ‘O estado do bosque’, de José Tolentino Mendonça

    Após Perdoar Helena José Tolentino Mendonça regressa ao teatro com uma nova peça onde interagem cinco personagens: 3 homens e 2 mulheres. John Wolf, o guia da floresta; 2 caminhantes: Peter Weil (meia idade) e Jacob (mais novo). E duas mulheres: a jovem Viviane Mars e o Destino.

    «Um dia os homens deixarão os aviões, os transatlânticos, os comboios de alta velocidade, os automóveis para regressar aos caminhos do bosque.»

  • ‘O romancista ingénuo e o sentimental’, de Orhan Pamuk

    O que se passa dentro de nós quando lemos um romance? E como é que o romance cria os seus efeitos únicos comparados com outras formas de arte?

     Orhan Pamuk, prémio Nobel da Literatura, inspirou-se no ensaio de Schiller Sobre a Poesia Ingénua e a Sentimental como tema para abordar múltiplas questões ligadas ao romance. Em O Romancista Ingénuo e o Sentimental, obra subtil e pessoal, Orhan Pamuk fascina-nos com a liberdade com que se move entre a cultura oriental e a ocidental ao falar-nos da sua própria experiência como autor e leitor dos romancistas que o apaixonaram e influenciaram, expondo as misteriosas ligações entre autor e leitor.

  • ‘Filhos sem filhos’, de Enrique Vila-Matas

    Neste livro, uma história breve e singular de Espanha, os protagonistas dos diversos episódios são todos filhos sem filhos, pessoas que não desejam nenhuma descendência, portadoras de uma personalidade distante da sociedade e que, contra tudo o que se possa pensar, não reivindicam nenhuma ajuda já que só podem alimentar-se de si próprios, de modo a prosseguir a sua verdade; inventando uma espécie de indiferença distante, ligando-se à realidade apenas por intermédio de um fio invisível como o da aranha. Todos os personagens parecem, assim, estar em sintonia com o que Kafka escreveu no seu diário, em Agosto de 1914: «Hoje a Alemanha declarou guerra à Rússia. À tarde fui nadar», já que todos colocam no mesmo nível o plano histórico e o pessoal.

    Filhos sem Filhos, um livro audaz e surpreendente; uma antologia de fantasmas ambulantes, sombras checas, pessoas pobres e outros génios da natação.

  • ‘A sombra do mar’, de Armando Silva Carvalho

    «A Sombra do Mar» é o novo livro de poesia de Armando Silva Carvalho, premiado com o Grande Prémio DST Literatura 2014 pelo seu livro anterior, «De Amore». De Eugénio a Pessoa, das perturbadoras imagens da actualidade vistas na televisão ao desencanto da velhice, do bosão de Higgs ao prazer da vida. Um livro admirável de um dos grandes poetas do nosso tempo.

  • ‘Espera de Deus’, de Simone Weil

    Quase desconhecida em Portugal, surge agora a oportunidade de conhecer [Simone Weil] mais intensamente, com este 'Espera de Deus', uma das suas obras fundamentais, que traduz uma personalidade 'permanentemente desperta para as grandes problematizações da vida'. Um acontecimento.

  • ‘O pintassilgo’, de Donna Tartt

    Theo Decker, um adolescente de 13 anos, vive em Nova Iorque com a mãe com quem partilha uma relação muito próxima e que é a figura parental única, após a separação dos pais pouco antes do trágico acontecimento que dá início a este romance. Theo sobrevive inexplicavelmente ao acidente em que a mãe morre, no dia em que visitavam o Metropolitan Museum. Abandonado pelo pai, Theo é levado para casa da família de um amigo rico. Mas Theo tem dificuldade em se adaptar à sua nova vida em Park Avenue, e sente a falta da mãe como uma dor intolerável. É neste contexto que uma pequena e misteriosa pintura que ela lhe tinha revelado no dia em que morreu se vai impondo a Theo como uma obsessão. E será essa pintura que finalmente, já adulto, o conduzirá a entrar no submundo do crime. O Pintassilgo é um livro poderoso sobre amor e perda, sobrevivência e capacidade de nos reinventarmos, uma brilhante odisseia através da América dos nossos dias, onde o suspense e a arte são dois elementos decisivos para agarrar o leitor.

  • ‘Austeridade: breve história de um grande erro’, de Florian Schui

    A austeridade está hoje no centro de todos os debates políticos. Esta obra vem acrescentar uma perspetiva histórica à avaliação desta ideia, que se manteve ao longo dos séculos, apesar dos fracassos recorrentes. Florian Schui mostra como os argumentos em favor da austeridade têm assentado em considerações morais e políticas muito mais do que nas realidades económicas.

    O autor revisita os pensadores que influenciaram as nossas ideias sobre a austeridade, desde Aristóteles, São Tomás de Aquino, passando pelo Iluminismo, por pensadores posteriores como Adam Smith, Marx, Weber, Keynes até Hayek ter instaurado um pensamento neoliberal que se mantém ainda nos nossos dias. Florian Schui conclui que a persistência e a força do conceito de austeridade não podem ser explicadas de uma perspetiva económica, mas sim a partir do apelo emocional das ideias morais a ele associadas.

  • ‘Guia para um cão feliz’, de Cesar Millan

    Em Guia para Um Cão Feliz, Cesar Millan, o conhecido "encantador de cães", aprofunda os temas mais importantes para lidarmos com os nossos queridos animais de estimação, revelando-nos a sua mente e o seu coração. Inspirador e prático, o livro é baseado em milhares de casos que o autor encontrou um pouco por todo o mundo.

    Em conjunto, vão ajudá-lo a aplicar os conceitos-chave da famosa filosofia de Cesar, no sentido de criar uma relação positiva com o seu cão. Desenvolvendo as capacidades necessárias para se tornar o dono calmo e assertivo do qual o seu cão precisa para viver uma vida plena e equilibrada, poderá melhorar o comportamento do seu cão e, também, a sua própria vida.

  • ‘Cozinha algarvia’, de Alfredo Saramago

    Mais um volume imperdível do mestre Alfredo Saramago sobre a cozinha regional portuguesa, desta feita dedicado à cozinha do Algarve. Como nos outros títulos (recorde-se que a "Cozinha Alentejana" foi atribuído o prémio Gourmand World Cookbook 2001) há um enquadramento histórico sobre a culinária da região, seguido de uma selecção de receitas várias, entre elas açorda de conquilhas, anchovas no forno, arroz de langueirão, borrego frito das festas, raia alhada, sopa de peixe de mestre Salta, caldeirada cigana, batatas de conduto esquecido, bolo imperial da Eufrásia, rabanadas de soror Leocádia, etc., etc..

  • '60 Canções: partituras, letras, cifras’, de Sérgio Godinho

    Foi há tantos anos que ainda me lembro: adolescente, eram livros como este que me levaram a experimentar as primeiras (e rudimentares) formas de escrita; e, desde aí, nunca me têm largado. Ou seja, tenho-os à mão e eles têm-me à perna.

    O acesso prático aos mecanismos que outros usaram para criar (ou criaram para usar...) nunca deixou de me trazer luzes e dicas importantes, neste ofício intermitente da feitura de canções. Imitamos, transformamos, inventamos, emperramos e solucionamos, mas nunca a partir do nada - há sempre, num ponto de partida, de percurso ou de chegada, o que nos foi sugerido por outros saberes. Com livro ou sem livro.

    Mas é destes manuais que falamos: sabemos como em Portugal, são ainda, infelizmente, aves raras. Começam agora algumas a pousar, e serão cada vez mais bem-vindas.

    Que prenda para todos os que praticam estas coisas, ter um dia acesso a toda a música portuguesa (enfim, não exageremos...) neste formato, ou formatos afins.

  • ‘História natural do futebol’, de Álvaro Magalhães

    Como diz Miroslav Holub, sempre que encontramos alguma coisa que rola, chutamo-la. Não é por acaso. É um gesto instintivo, algo que está dentro de nós e com origens muito remotas. Mesmo os animais (cães, gatos, por exemplo) se divertem imenso com uma bola. Talvez seja por isso que o futebol apaixona tanta gente em todo o mundo. Sabia que o jogo da bola vem do fundo dos tempos? Que muitas civilizações jogavam à bola de diferentes maneiras? Daí até ao futebol moderno muitos passos se deram, embora o essencial continue lá, e seja sobretudo da ordem do inconsciente, do instintivo.

     Nesta "História Natural do Futebol" Álvaro Magalhães percorre a história e o entendimento deste jogo desde os tempos mais remotos até aos dias de hoje. De como surgiu, a sua importância nas comunidades, o seu significado, o lado do praticante, o lado do adepto, num livro belíssimo e profusamente ilustrado.

     Para que possa compreender melhor o que o atrai no desporto-rei.

  • ‘Debate sobre a desigualdade e o futuro da economia’, de Paul Krugman, Thomas Piketty e Joseph Stiglitz

    Este livro reproduz o debate realizado a 4 de março de 2015 pelos economistas Paul Krugman, Joseph Stiglitz e Thomas Piketty.Os dois primeiros foram galardoados com o Nobel de Economia e Piketty é um reconhecido especialista mundial na área dos rendimentos e desigualdade, tendo documentado a crescente concentração da riqueza numa reduzida elite económica e o regresso ao «capitalismo patrimonial». O encontro foi organizado pela 92Y, sendo moderado por Alex Wagner. Entre os temas abordados estão as origens da crise de 2008, o desemprego e as desigualdades sociais, os problemas da Zona Euro e das instituições europeias, e a evolução dos EUA e da China.

  • ‘A Filosofia e o mal’, de António Marques

    Dito isto, é necessário deixar claro alguns pressupostos deste livro. Desde logo, não é um conjunto de reflexões exclusivamente sobre o "Eichmann" de Arendt, embora este se possa considerar o seu estímulo inicial; toma como implícito que a complexidade do livro de Arendt apenas se esclarece por completo desde que inserido convenientemente no background da sua filosofia, desenvolvida nalguns textos fundamentais, a que nos vamos referir sem grandes minúcias técnicas; além disso, o tema filosófico do mal (assim como conceitos a ele associados) não pode compreender-se sem o recurso ao tratamento que dele é feito pelo filósofo que se encontra em momentos-chave na argumentação de Arendt, ou seja, sem o retorno a textos essenciais de Kant; por último, o presente livro exprime uma convicção e contém, mais do que um pressuposto, uma aposta: a singularidade da voz de Arendt ganha mais nitidez no cruzamento com outras vozes, pelo que convocaremos alguma da correspondência mantida com autores como Gershom Scholem, Martin Heidegger, Karl Jaspers ou Joachim Fest.

  • ‘Doce pássaro da juventude’, de Tennessee Williams

    Solidão, tensão sexual e a necessidade de afeto, marcam estas quatro peças de Tennessee Williams, em que as suas personagens combatem os demónios interiores e o mundo contemporâneo. Em "Doce Pássaro da juventude", o desnorteado Chance Wayne regressa à sua cidade com uma atriz de cinema envelhecida, em busca da rapariga por quem se apaixonara na juventude. Em "A Noite da Iguana", um grupo de pessoas, entre elas um perturbado ex-reverendo, são obrigadas a conviver num hotel mexicano isolado durante uma noite repleta de acontecimentos. Em "O Zoo de Vidro", uma mulher amargurada pretende a todo o custo casar a filha, Laura, que sofre de um defeito físico nas pernas e se refugia na sua coleção de animais de vidro."Vieux Carré" é uma peça sobre a educação do artista, uma educação solitária e muitas vezes desesperante, entre a entrega ou a recusa, mas sobretudo sobre aprender a viver, ouvir, sentir e descobrir que "os escritores são espiões sem vergonha", que pagam caro pelo seu conhecimento e são incapazes de esquecer. «A novidade revolucionária de "O Zoo de Vidro" está na sua ascensão poética, mas foi a sua complexa estrutura dramática que permitiu que a peça se tornasse um cântico poético.»

  • ‘Planeta Banksy’

    Há mais de uma década que Banksy intriga e delicia o mundo com os seus controversos e satíricos graffitis. Mas o artista esquivo não está sozinho. De Moscovo a Melbourne, de Berlim a Buenos Aires, uma nova geração de artistas de rua emergiu do seu exemplo.

    Nesta magnífica compilação de trabalhos, o graffiter KET apresenta alguns dos melhores exemplos de arte urbana à volta do mundo, incluindo uma seleção das melhores obras do enigmático Banksy.

    Inclui obras de ADW, Alias, Aiko, Ben Eine, Code FC, Icy e Sot, Hogre, Mogul, P183 e muitos outros.

  • ‘Viagens', de Marco Polo

    O mais mítico de todos os livros de viagens, publicado em Portugal numa tradução rigorosa. Traduzido em todas as línguas, este livro continua a povoar o imaginário de sucessivas gerações de leitores.

  • Linguagem, tradução, literatura’, de Walter Benjamin

    Walter Benjamin move-se, nos ensaios e fragmentos que integram este volume, em territórios que serão os seus desde o início: a filosofia da linguagem, a teoria da tradução, a história e a crítica literárias. A par de textos conhecidos e quase clássicos — o ensaio sobre «A linguagem em geral e a linguagem humana», «A tarefa do tradutor» ou «O contador de histórias» — traduzem-se e apresentam-se aqui pela primeira vez importantes núcleos de fragmentos sobre filosofia da linguagem e epistemologia, sobre a tradução e sobre a crítica literária, estes últimos de uma flagrante actualidade. Este volume contém, ainda, uma desenvolvida secção de comentário e aparato crítico.

  • ‘Da natureza das coisas’, de Lucrécio

    O poema filosófico "Da Natureza das Coisas" ("De Verum Natura"), escrito por volta do ano 50 a.C., pelo romano Tito Lucrécio Caro, é uma das mais importantes obras da Antiguidade Clássica. A grandeza poética do livro foi reconhecida de modo quase imediato. Ovídio escreveu que «os versos do sublime Lucrécio» iriam perdurar enquanto o mundo existisse. Cícero declarou que o poema era «não apenas rico em brilhante engenhosidade, como artisticamente elevado». E Virgílio, que segundo algumas crónicas praticou o ritual romano de passagem à idade adulta no mesmo dia em que Lucrécio faleceu, prestou-lhe homenagem, dizendo que era o homem que conseguiu «encontrar a causa das coisas e que tinha espezinhado todos os temores».