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"Inquisição e actividade económica em Loulé na primeira metade do século XVIII", por Bruno Lopes

Em Portugal, são, relativamente, escassos os estudos sobre a desigualdade de rendimento entre a população, pese embora a existência de uma fonte extraordinária para o seu cálculo, praticamente rara a nível europeu, a décima militar. Trata-se de um imposto criado em 1641 sobre o trabalho, património imóvel e capital a juros que permite perceber, entre outras coisas, se as sociedades eram muito desiguais. Este é um dos aspectos que se analisou com este trabalho.

O exercício que se pretendeu desenvolver parte desta fonte, para caracterizar a vida socioeconómica da vila de Loulé, na primeira metade do século XVIII. As sociedades da Época Moderna (sécs. XV-XVIII) eram, profundamente, desiguais e essa desigualdade ostentava-se marcando a diferença. Por isso, decidiu-se fazer um recorte nos vários grupos sociais e analisar um em concreto mais aprofundadamente: os familiares do Santo Ofício. Eram agentes leigos da Inquisição e actuavam, localmente, e em nome do Tribunal da Fé. Em teoria, eram homens abastados e desempenhavam cargos nas instituições locais, o que fazia deles membros da elite local.