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"Ordens Militares e Loulé nos alvores da Expansão Ultramarina Portuguesa", por João Costa

Nem sempre as Ordens Militares são conotadas pela historiografia portuguesa como agentes destacados do projecto ultramarino português. A relação existe efectivamente. Seja através dos seus agentes humanos, afinal de contas, os dinamizadores de toda e qualquer instituição, seja através de uma acção institucionalizada ao nível político, económico, material ou militar, as Ordens Militares Portuguesas, nomeadamente as de Santiago e Cristo, têm um papel activo na Expansão Ultramarina. Loulé, vila e concelho, a isto não é excepção. Se a vila, em si, podemos apelidar de localidade de interior, os seus limites concelhios tocam o mar oceano, assumindo-se como emporium comercial terrestre e marítimo. O seu papel no comércio interno reinol e externo, nomeadamente com o norte da Europa, encontra-se atestado na documentação e o seu papel a partir do início de Quatrocentos no projecto de conquista do Norte de África é indelével. Pretende-se assim, através da análise dos fluxos comerciais, da circulação de produtos exóticos, da acção de determinado indivíduos ligados às Ordens e da (re)leitura de dados relativos à administração local, detalhar o papel de Loulé nos Descobrimentos entre os séculos XV e XVI.